Aproximadamente 60 jesuítas e leigos estão reunidos, de 18 a 20 de julho, no Centro de Eventos Cristo Rei – CECREI, em São Leopoldo, participando do 1º Seminário para a Promoção da Justiça Socioambiental da Plataforma Sul 2. Serão três dias de diálogo e apresentação das práticas dos profissionais das obras sociais e educacionais da Companhia de Jesus, além de estudos aprofundados sobre a Educação Popular enquanto ferramenta de transformação social e superação dos abismos das desigualdades sociais.
O Secretário para a Promoção da Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil, P. José Ivo Follmann, fez um resgate histórico do apostolado social dos jesuítas através do tempo, apresentando os principais documentos, refletindo sobre o sentido atual de transformação da mentalidade e das estruturas sociais no sentido da justiça social em todos os níveis da vida humana. Ele destacou a importância de se estabelecer relações justas com Deus, com os outros e com a criação como caminho para o entendimento e a atuação social.
P. José Ivo relatou a atuação do seu secretariado com o mapeamento das obras sociais em todas as plataformas do Brasil, buscando revelar as ameaças, fortalezas e urgências, além de um seminário em Brasília, em 2015, de onde derivaram a redação do Marco de Orientação da Promoção da Justiça Socioambiental (Marco PJSA) e a criação do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA). Segundo ele, a promoção da justiça está amparada no reconhecimento do outro (superação dos preconceitos de raça, religião,..), do compromisso social (opção pelos pobres, direitos sociais básicos) e do cuidado dos bens da criação (atenção especial para com a Amazônia), tudo isso vinculado ao paradigma da Ecologia Integral, pautada na Encíclica Papal Laudato Si’.
O P. Provincial, João Renato Eidt deu uma mensagem de esperança ao grupo. “Precisamos agir em favor da vida do local aonde estamos. Não vamos mudar o mundo, mas podemos fazer a diferença. As bases podem e devem manifestar-se contra o que temos assistindo em nosso país. Também podemos ajudar formando as pessoas para que tenham consciência da realidade e possam viver com mais dignidade. Assim seremos uma presença ativa e eficaz em favor da vida, de diferentes formas e em diferentes frentes”. Segundo ele, “a Companhia de Jesus se manifesta também através de grupos, ainda que pequenos, que pouco a pouco vão ganhando força na luta pelos direitos das minorias”. O Provincial destacou ainda a importância da descentralização que caracteriza a Companhia no Brasil hoje. “Assim, com representações de jesuítas em diferentes frentes, conseguimos construir esse corpo apostólico, lutando em favor da vida e da inclusão”.
Entre os grupos que apresentaram suas experiências estão o CCIAS e o Instituto Humanitas, ambos da Unisinos, o Magis, além do Serviço Amazônico de Ação Reflexão e Educação Socioambiental (SARES) que, embora não pertencendo à Plataforma Sul 2, está no evento representando uma das quatro preferências apostólicas da Companhia de Jesus: a Amazônia.
Os participantes também puderam conhecer mais de perto o trabalho do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA). O secretário executivo do Olma, Luiz Felipe Barboza Lacerda, apresentou a estrutura e o funcionamento das suas linhas de ação e projetos: Amazônia, articulação institucional, educação política cidadã e eixos temáticos. Entre as linhas de ação de 2017 estão ainda o trabalho com migrantes e refugiados e diálogo inter religioso e étnico-racial.
O Superior da Plataforma Sul 2, P. Luiz Neis, por sua vez, destacou a importância de buscar a união e a colaboração de diferentes grupos que conhecendo-se, em encontros como esse, podem realizar a missão da Companhia de Jesus.